“sorte de principiante”… que nada, pura conversa pra boi dormir,...”MINHA PRIMEIRA PEDRA DEU ERRADO” (ou será erradA...ahh, não sei...). Tenho um pouquinho de culpa nisso...é, na verdade toda a culpa foi minha, mas pra que admitir se posso tentar dar uma desculpa antes ... pode ter sido o ácido, a goma, a prensa, vai saber...a tentativa é válida...
Fiz “quase” tudo certinho, lixei a pedra para retirar o desenho antigo e aplainá-la... passei o desenho(usando papel carbono) e o redesenhei com lápis litográfico...passei o breu, talco, ácido forte nas partes mais escuras, médio nos tons de cinza e fraco(goma arábica pura) onde queria que ficasse completamente branco e por fim lavei a pedra e passei a ultima demão de goma... voilá, minha matriz estava pronta para impressão...é, praticamente pronta, faltava ainda retirar o desenho(pigmento do lápis) com algum diluente de tinta, nessa ocasião utilizei terebentina, e fazê-lo voltar novamente, ou seja, fazer a entintagem da matriz para confirmar a aderência da tinta e dar início à tiragem.
Regulei a prensa, marquei os limites da pedra, alinhei a ratora, e rezei para que a pedra estivesse bem plana... rapidamente minha matriz estava pronta para tiragem e isso foi um problema, pois, por falta de afinidade com o material utilizado(neste caso um lápis litográfico no2 ,em escala inversa ao nível de gordura) acabei escurecendo muito meu desenho, ocasionando rapidamente uma saturação de tinta na matriz, ou seja, de pouco em pouco tempo eu teria que limpar completamente a matriz a fim de evitar essa saturação.
Tentando solucionar o problema do acúmulo de tinta resolvi aplicar uma camada uniforme de ácido médio sobre a pedra, e assim o fiz: retirei o excesso de tinta da matriz e apliquei uma camada uniforme na pedra, deixando secar até o outro dia...
Na manhã seguinte, novamente, retirei o desenho com diluente e o fiz voltar novamente... é tentei fazer ele voltar...a matriz não estava fixando a tinta... por mais que eu passasse o rolo a tinta não fixava, não adiantava nem colocar mais tinta no rolo, simplesmente não fixava, foi então que resolvi imprimir assim mesmo, a para minha surpresa após algumas tentativas literalmente “em branco” o desenho começou a voltar gradativamente exceto em uma área do rosto que demorou um pouco mais a “emparelhar”...mas deu certo, minha matriz já não acumulava em excesso a tinta, e novamente estava pronta para ser impressa...é agora que entra meu toque especial...até então minha professora acompanhava e participava do processo mas como já era tarde e seu horário já havia passado optamos por deixar a tiragem para outro dia... não satisfeito, e já sozinho, resolvi fazer apena mais alguns testes “só para garantir”...esse foi meu erro... por motivos que desconheço a matriz passou a entintar apenas um borrão, acredito ter sido falta de água ao passar o rolo... retirei completamente o desenho e comecei novamente todo o processo...sem sucesso em minha tentativa e sem saber o que fazer cometi meu segundo e fatal erro passei um demão de como sobre toda aquela borrada...depois disso foram muitas tentativas, mas nem o com thinner o borrão saiu, foi então que tivemos a idéia de lixar a pedra com nitrato de silício(abrasivo conhecido como carburundum) mas mesmo assim não adiantou, o borrão até saiu, mas o desenho original ficou comprometido e minha matriz inutilizável...!!!
Optei por esta “ortografia” para dinamizar um pouco o relato...
(GUSTAVO FREITAS DIAS)
2 comentários:
**carboneto de silicio
Bem, acredito que por estar quente naquele dia, e você ter feito o "resto" do procedimento sozinho, a pedra realmente pode ter secado e a tinta penetrado nas áreas brancas. Mas o problema foi você ter guardado a pedra entintada com excesso para o outro dia. Depois de seca, a tinta engordurou as áreas brancas que nem com thinner garantiram o clareamento novamente. Claro que poderíamos ter tentado limpar com outra acidulação e ácido nítrico... mas você também concordou que daria mais trabalho que redesenhar, já que tinha abusado um pouquinho do lápis litográfico na construção do desenho.
Mas é isso mesmo o processo, é errando que se aprende, e se não erra em nenhum momento, não sabe como solucionar problemas futuros.
Publica a pedra que você já imprimiu também. Já que a segunda ficou show de bola.
Abraços,
Luciana
Ah... só pra esclarecer para quem não conhece o ateliê da UFSM. A nossa prensa litográfica é montada "ao contrário". A manivela fica de um lado e o cabo da ratora de outro. Então, fica bem mais fácil se tem duas pessoas para fazer o processo da impressão. Caso contrário, o aluno tem que ficar dando voltas na prensa para completar o processo de impressão... hehe. Adversidades da vida... :(
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